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O filme Herói, produzido por João Pedone e Pedro Figueiredo, alunos do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão (CTR), foi selecionado para a Mostra Competitiva de Curtas-Metragens no 43º Festival de Cinema de Gramado. “É uma dupla surpresa. Por um lado porque o filme não é uma obra que nasceu com a intenção de ser artística e conquistar prêmios, mas sim como um trabalho de faculdade feito entre amigos e para amigos; e por outro lado uma surpresa de ser parte de 15 entre 567 inscritos, sendo que se vê material de qualidade sendo produzido inclusive dentro da ECA. Passamos a semana recebendo ligações e e-mails de familiares, e um monte de gente acabou se mobilizando para estar em Gramado”, diz o cineasta João Pedone. O 43º Festival de Gramado foi aberto na manhã da última terça-feira, 30 de junho, por meio de uma coletiva e homenagem a alguns atores e atrizes renomados.
A história gira em torno de uma empregada doméstica que cuida de um rapaz com capacidade mental reduzida, enquanto os pais estão fora de casa. “Mas isso acaba sendo só a história pregressa do filme, que acontece todo num dia, quando a moça e o menino começam a se implicar até a briga deles atingir o nível da agressão física”, pondera João. “O filme é muito silencioso, muito atmosférico várias coisas não ficam claras até o final. Algumas, nem depois do final”. Produzido originalmente para uma disciplina como atividade curricular, sem ser trabalho de conclusão de curso, o filme se destacou e se classificou para o festival entre os mais representativos dos curtas-metragens brasileiros no ano. “O Heitor, um amigo nosso, por meio de um sonho que teve, propôs umas cenas meio malucas, meio desconjuntadas, sobre um herói, cocô, uma empregada doméstica e uma máquina de lavar”, diverte-se enquanto conta. “Quando eu e o Pedro começamos o trabalho de direção (isto é, de pesquisa e preparação), entramos muito mais na história a ponto de mudarmos completamente a ideia original que os roteiristas tinham. A locação, o perfil dos atores, o clima do filme são decisões da direção. Dá para dizer que o filme veio foi do trabalho em conjunto”. Há, dentro do CTR, espaço para exibição da produção dos alunos. A exibição acontece cerca de uma vez por mês e recebe alunos do Departamento para assistir produções dos colegas, calouros e veteranos (e é aberto para pessoas de fora). “Há um prazer diferenciado em compartilhar o filme com os colegas, de ser avaliado pelos próprios pares. Assim, a maior surpresa de ser indicado para o Festival de Gramado é que fizemos o filme para nós e nossos amigos próximos”. No entanto, o filme criativo alçou voos mais altos e aterrisou no Festival de Gramado. Quem sabe aonde mais “O Herói” pode chegar?
Herói (2015) – SP Ficha Técnica
por Felipe Ruiz
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