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Foi com o propósito de reunir e divulgar a produção artística de professores e alunos da ECA que Sarah Ferreira e Marina Macambyra, funcionárias da biblioteca da Escola, estudaram e trabalharam para desenvolver um protótipo de biblioteca digital para as obras visuais, como esculturas e gravuras. O projeto foi apresentado nesta segunda-feira, dia 21 de maio, durante IV Congresso Internacional em Tecnologia e Organização da Informação (TOI) na ECA. O professor Atílio Avancini, do Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE), tem algumas de suas fotografias no protótipo. “Esse tipo de ação integra, mostra uma universidade que conversa melhor com a cidade”, comenta, “nós temos muita cobrança porque ficamos ilhados, precisamos fazer um esforço para nos integrar mais”. Banco de imagens de obras de arte é demanda docente Sarah afirma que a catalogação das obras de arte pela biblioteca começou com o uso de slides a partir de uma demanda dos docentes no início dos anos 1980. No entanto, com o boom da internet e o surgimento de bancos de imagens on-line no fim da década de 90, o catálogo de imagens da biblioteca se tornou obsoleto. “A partir disso, a equipe da biblioteca começou a levantar novas questões. Valeria a pena criar um banco de imagens de arte? Haveria interesse da comunidade?”, esclarece Sarah. Este cenário levou a bibliotecária a estudar, no mestrado, quais são as necessidades dos pesquisadores da ECA para a criação de coleção de imagens de arte. Uma base de dados acessível pela internet foi um dos pedidos dos docentes para características técnicas da coleção. Além disso, outras sugestões foram o uso de imagens com alta qualidade, boa resolução e diferentes opções de visualização e possibilidade de ver os detalhes da obra. O que os pesquisadores desejavam ver nessa coleção são criações artísticas de professores, resultados de trabalhos de mestrado e doutorado, trabalhos de conclusão de curso, além de obras de arte brasileira, contemporânea e cerâmica. Soluções para criar acervo digital Diante dessas necessidades, o projeto para um acervo digital da biblioteca teve início. E algumas das soluções apresentadas para as reivindicações foram resolvidas ao adotar um padrão de metadados, um padrão de visualização da imagem e o software adequado. O padrão utilizado para colocar os metadados na foto é o VRA Core, pois possibilita registrar os dados da obra e da fotografia da obra. Ele é usado em conjunto com o CCO (Cataloging Cultural Objects), que determina como deve ser feita a catalogação nos campos de metadados.
A segunda solução foi utilizar como protocolo de visualização de imagens o International Image Interoperability Framework (IIIF). O IIIF é uma comunidade formada por tecnólogos, pessoas que trabalham em bibliotecas universitárias e em museus, entre outros, que desenvolve aplicações para permitir visualizar imagens on-line e fazer algumas mudanças, como aplicar zoom. No Brasil, a ECA é a única instituição que utiliza o mecanismo. O software escolhido foi o Omeka, porque é utilizado em coleções digitais e exposições virtuais de bibliotecas, museus e arquivos e porque existe uma configuração dele para utilizar as funções do IIIF. Esta foi a última solução feita com a ajuda de Tiago Murakami, do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP. Alguns dos benefícios do IIIF são possibilidade de realizar anotações na imagem e deixar disponível para os usuários e de fornecer zoom profundo. De acordo com Sarah, algumas questões ainda não foram resolvidas, como os critérios de seleção das obras e das imagens, o contato com os artistas para serem cedidas autorizações e captação de recursos para a iniciativa. No entanto, o projeto está crescendo e, com o apoio dos docentes Vânia Mara Alves Lima e Francisco Carlos Paletta, do Departamento de Informação e Cultura (CBD), em breve, terá bolsistas para ajudarem na interface do site, na curadoria e fotografia, entre outros trabalhos. Texto e fotos: Mirella Cordeiro
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