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Como construir de maneira prática, música, som, artes plásticas, tecnologia e computação? A ocupação Sons de Silício, sobre luteria experimental, nos convida a conhecer esse universo de perto. Em cartaz até 26 de abril no EdA - Espaço das Artes, a exposição é promovida pelo núcleo de pesquisa Grupo de Práticas Interativas – GPI NuSom, do Departamento de Música (CMU).
O grupo de curadoria composto por Julián Jaramillo Arango, Paulo Assis, Fábio Martineli, Esteban Viveros, Vitor Kisil e Pedro Paulo Kohler explora, de maneira dinâmica, diversas possibilidades e construções sobre instrumentos musicais, ultrapassando padrões e tradicionalidades do campo musical. Tecnologia, artes plásticas, computação, sonoridade, performance e música são misturados em uma mesma matéria. "A exposição visa, sobretudo, criar uma curiosidade por processos científicos que tem a ver com os resultados das pesquisas na Universidade. Que outros setores da sociedade conheçam as pesquisas não só como textos de teses especializados e complicados, mas como uma exposição artística que interage com eles” diz Jaramillo. Julián Jaramillo, um dos curadores, conta que a multidisciplinaridade foi essencial para a estruturação de Sons de Silício e, para isso, uma das propostas do grupo foi reunir pesquisas em música de outras áreas do conhecimento, se utilizando de projetos já em andamento. O grupo Realidades, do Departamento de Artes Plásticas (CAP), tem três obras, como a R Scuti, em que dados astronômicos são transformados em som; a banda Laikabot, que participou do evento de abertura da exposição, têm integrantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), além de frequentar um grupo de pesquisa na Escola Politécnica (EP); já o grupo InterSCity, do Instituto de Matemática e Estatística (IME), que estuda o futuro da internet, contribuiu para a obra Buzu, uma imagem acústica do sistemas da SPTrans.
Fernando Iazetta, docente do CMU e também responsável pela exposição, é homenageado com o nome da ocupação, que remete a sua tese de doutorado é Sons de Silício: Corpos e Máquinas Fazendo Música. Segundo Jaramillo, o trabalho do professor foi inspiração para agregar nas pesquisas e na montagem, numa espécie de materialização física da tese, 15 anos depois da sua publicação. Algumas obras Sonhofonias (2018), por Pedro Paulo Santos, Jacqueline Cordeiro e Julian Jaramillo
Mantra (2018), por Alexandre Fenerich Bruthale!!! Libera (2018), por Coletivo Bruthale!!!: Alexandre D’Elboux, Bruna Mayer e Artur Thomas
Performances e oficinas As instalações físicas não são a única atração do projeto, as performances teatrais vêm para ampliar ainda mais o contato com o público. No dia 8 de abril, às 18h, André Martins participa da ocupação com tocando, ouvindo, escutando, improvisando, performando, compondo e conversando}. Em tempos de trap o que aconteceu com o jungle? é apresentado por Abençoada e o Grupo GTRANS finaliza com Chaos das 5. Além disso, oficinas sobre os temas da exposição acontecem na sala do NuSom no CMU. Julián espera que comunidade USP e pessoas fora dela participem das oficinas e das performances, que venham visitar este tipo inovador de arte. “Alguns visitantes me disseram que essa é uma das maiores exposições de arte sonora que já aconteceu na cidade de São Paulo e no país, e até na América Latina. São 21 instalações no mesmo lugar!” Confira a programação completa de Sons do Silício aqui. Serviço: Texto: Letícia Passarinho
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